16 de junho de 2008
"Boa vontade" do 100 à Hora "para fazermos o rali do Faial" .
Luís Madruga é desde há alguns meses o responsável pela secção de automobilismo do Marítimo. Um convite que aceitou face ao risco de encerramento que o departamento corria. "Quando me abordaram, falaram-me nessa situação", explica. "Ora o Marítimo é um marco na modalidade. Há 26 anos, quando comecei no Santacruzense, já fazia alguns ralis para o Marítimo porque o nosso alvará era deles". Esta longevidade leva-o a falar em "respeito" por este histórico. "Acabar era aborrecido. Um clube com esta dimensão e vontade merece que lhe demos continuidade". Para garantir a sobrevivência da secção, Luís Madruga afirma que não foi feito nada de especial. "Sou um simples intermediário entre o clube e a secção", revela. "Este grupo é formado quase na totalidade por jovens, o que me leva a pensar que tem um futuro enorme. Vamos prepará-los durante um ou dois anos para que possam dar andamento ao trabalho". Nem a vida atarefada, dividida entre a actividade profissional, a família e outros cargos que desempenha, fez com que hesitasse na hora de dar o sim. "Sou uma pessoa que não gosta de estar parada", responde. "A família é o melhor que tenho na minha vida. Tenho uma mulher e filhos excelentes que compreendem que gosto do que faço. Ao contrário do que se possa pensar não desligo deles e estou presente". A fórmula de conciliar tanta actividade não é segredo. "Tenho uma forma de trabalhar bastante organizada e disciplinada. Terei de parar um dia, mas enquanto tiver forças vou dar o melhor pela minha terra que é o que eu gosto mais. Já tive oportunidade de sair e nunca aceitei. Estar em actividade constante dá-me mais energia". Trabalhar em equipaO agora responsável pelo automobilismo maritimista garante que a nova dinâmica já está em marcha. "Não se pode depender de uma pessoa", defende. "Estas passam e é preciso dar continuidade. A minha forma de trabalhar é sempre em equipa. Só assim é que consigo ir para a frente". Como prova das suas palavras registe-se o gesto de Luís Madruga na apresentação do rali do Marítimo no sábado, ao chamar todos os seus colaboradores para a mesa oficial. "Estamos unidos para levar esta secção a enfrentar outros desafios". Para fazer coisas boas é fundamental um grupo com vontade e respeito pelo que fazem. "Estamos no bom caminho. Fizemos este rali quase em cima do joelho. Estamos numa fase de experiência e aguardamos que a prova corra bem". Muitas ideias para o futuroAlém da realização do rali do Marítimo, no próximo sábado, outros projectos poderão ser assumidos pela secção. "Para já existem muitas ideias, mas há também alguns projectos a aparecer. Pessoalmente estou envolvido no rali de clássicos e no Vinho Madeira. Depois de descansarmos um pouco temos de ver o que aparece". Especificando as suas palavras, fala na "boa vontade" do 100 à Hora "para fazermos o rali do Faial" e revela algumas ideias. "Temos agora o navio da Armas que cria a oportunidade de trazermos outras viaturas, como por exemplo, clássicos de velocidade, ou outro tipo de iniciativas que possam dignificar a Madeira porque temos a possibilidade de trazermos cá pessoas de fora que participem em provas e tragam mais-valias a outros níveis". A modalidade não vai morrerO automobilismo regional vive tempos de crise que se sente, por exemplo, na redução nas listas de inscritos das provas. Homem com larga experiência no desporto automóvel, Luís Madruga entende esta situação (também) como um desafio às organizações. "Recordo que há muitos anos batíamos palmas quando apareciam 15 concorrentes e fazíamos o rali na mesma". Os tempos são outros, com maiores exigências, e mais custos. "No passado, as pessoas entraram, talvez, de uma forma fictícia nisto", aponta e passa a explicar. "Quero dizer com isto que na altura havia uma situação conjuntural mais favorável e as pessoas caíram nesse engano". Para o director da secção de automobilismo do Marítimo estamos a viver uma "situação normal na economia e as pessoas estavam eram mal habituadas. Agora começaram a descer à terra e verificar que as loucuras que se faziam antes não se podem repetir". No meio de uma situação desfavorável deixa palavras de confiança para o futuro. "Estou esperançado que quem gosta do automobilismo continue a andar por cá, principalmente, os concorrentes e que a modalidade não morra" diz, antes de buscar no passado exemplos para justificar este sentimento. "Já houve tempos em que tivemos 10 ou 11 concorrentes. As estruturas vão continuar. Não podemos parar nem deixar de organizar". Até porque os campeonatos regionais têm resultados no surgimento de novos valores. "Muitos bons pilotos têm aparecido no Vinho Madeira, como é o caso do Bernardo Sousa". Tal acontece pela sua qualidade, mas também das organizações e de outra série de factores, defende. "O karting faz surgir muitos pilotos e o ralis são a continuidade porque não temos a Fórmula A, B ou 3. A sobrevivência terá ser assegurada mesmo que com "patamares mais baixos, carros mais acesssíveis para que as pessoas continuem a entrar nas provas e a haver automobilismo".
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